Geografia: Cegeo

CLUBE EDUCATIVO DE GEOGRAFIA

Alguns Conceitos:

DEMOGRÁFICA: referem-se à demografia (demo, vem do grego e significa “povo”); área do conhecimento que estuda a dinâmica populacional nos seus mais variados aspectos: crescimento, distribuição por faixas etárias (de idade) e pelos setores da economia, pré-conceito racial, migrações, distribuição territorial. Não é uma área de conhecimento somente da Ciência Geográfica, pois as análises demográficas estão presentes, por exemplo, em estudos da Sociologia, da Economia, da Ecologia, etc.

ETINIA: grupo que apresenta características comuns, quanto à história, origem, língua falada e outros aspectos culturais.

MESTIÇO – descendente de indivíduos de etnias diferentes.

EXPECTATIVA DE VIDA: também denominada esperança de vida ao nascer, corresponde a quantos anos, em média, as pessoas poderão viver, se foram mantidas as condições de vida do momentos em que a previsão foi realizada.

TAXA DE NATALIDADE: número de nascidos vivos em um ano por mil habitantes. É a relação entre os nascimentos e a população total, expressa por mil habitantes.

Para calcular a taxa de natalidade de determinado país ou região, usa-se a seguinte fórmula matemática:

Taxa de natalidade = Nº de nascimentos x 1000

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População total

TAXA DE MORTALIDADE: número de óbitos em um ano por mil habitantes. Calculada a partir da relação ente óbitos anuais, multiplicados por mil, e a população total. Fórmula:

Taxa de mortalidade = Nº de mortes x 1000

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População total

TAXA DE CRESCIMENTO VEGETATIVO: diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade.

Crescimento Vegetativo = Tx. de Natalidade – Tx. de Mortalidade

POPULAÇÃO BRASILEIRA

FORMAÇÃO ÉTNICA

A população brasileira formou-se a parti de três grupos étnicos: o indígena, o branco e o negro. Do cruzamento ocorrido entre esses grupos surgiram os mestiços, cujos tipos fundamentais são:

Ø MULATO: resultante do cruzamento entre branco e o negro;

Ø CABOCLO: resultante do cruzamento entre branco e o índio;

Ø CAFUZO: resultante do cruzamento entre negro e índio;

A esses grupos iniciais vieram se juntar novos imigrantes, principalmente ou europeus e, em menor número, os asiáticos e árabes.

O CRESCIMENTO POPULACIONAL NO MUNDO E NO BRASIL

No ano 1 da Era Cristã a população mundial era estimada em 285 milhões. Foram necessários 18 séculos para que a população atingisse o 1º bilhão. Passados mais de 159 anos, portanto em 1984, a Terra já estava povoada por 5 bilhões de habitantes. E no dia 12 de outubro de 1999 nasceu, na Índia, um bebê que foi o 6.000.000.000º (sexto bilionésimo) habitante do nosso planeta.

Portanto, estudar o crescimento da população mundial é muito importante para analisarmos questões como, por exemplo, as desigualdades sócio-econômicas mundiais e o consumo dos recursos naturais.

População Mundial – Crescimento demográfico e fases históricas
ÉPOCA	FATOS	POPULAÇÃO
10.000 a.C	Fatos da última era glacial, com os humanos vivendo em cavernas e dependendo de caça, pesca e frutas	4.000.000
8.000 a.C	Revolução Agrícola, e começa a criação de animais.	5.000.000
1	Inicio da Era Cristã	285.000.000
550	Queda do Império Romano	200.000.000
1567	Dois milhões de indígenas sul-americanos morrem de febre tifóide.	450.000.000
1825	Começa o transporte ferroviário de passageiros.	1.000.000.000
1900	Inicio do século XX, primeiras experiências de vôo em veículos mais-pesados-que-o-ar.	1.600.000.000
1954	Criada a vacina contra poliomelite, três anos depois, 20 milhões de chineses morreriam de fome.	3.000.000.000
1984	Em Bophal, na Índia, morrem 3.300 pessoas e 20 mil sofrem outras conseqüências do vazamento de gases tóxicos de uma indústria.	5.000.000.000
1999	China e Índia são os países mais populosos do planeta. 12/10/1999 foi o Dia do 6º Bilhão.	6.000.000.000
2050	Estimativa do U.S. Census Bureau	9.200.000.000

Fonte: Novo Milênio – Atlas da População Mundial – 2005

O ritmo de crescimento populacional no inicio da história da humanidade foi muito lento. A natalidade elevada era acompanhada pela mortalidade quase na mesma proporção. A fome, as epidemias, as catástrofes naturais chegaram a dizimar povos inteiros.

Foi a partir dos séculos XVII e XVIII que o crescimento populacional tornou-se mais acelerado. Inicialmente foi um fenômeno restrito à Europa, decorrente das transformações trazidas pela Revolução Industrial. Sendo assim, analisando a marcha do crescimento populacional, pode-se distinguir duas fases:

- FASE 1 - CRESCIMENTO LENTO: caracterizou-se pelo domínio da economia rural, baseada na lavoura e criação de gado, primeiro voltada para a própria subsistência e, depois, par a atividade comercial. Predominava a população rural, altas taxas de natalidade, já que os filhos eram necessários à família par trabalhar no campo e ao governo para compor o efetivo militar nas freqüentes guerras que marcaram o período.

As taxas de mortalidade também eram muito elevadas, em função das guerras, epidemias, péssimas condições de vida e saúde e da precária e ineficiente assistência médica até o século XVII.

- FASE 2 - CRESCIMENTO RÁPIDO: teve inicio com a expansão do capitalismo comercial quando se acentua a separação entre classes e os trabalhadores precisavam ter muitos filhos, que começavam a trabalhar cedo, a fim de aumentar a renda familiar. Prossegue com a Revolução Industrial quando a necessidade de filhos com mão-de-obra ainda era intensa e, por isso, a natalidade continuava elevada (nessa fase, a população mundial duplicou em apenas 100 anos).

Paralelamente houve também o avanço na área da medicina e saneamento. Estes avanços levaram a uma diminuição na taxa de mortalidade e aumento na expectativa de vida. Pois bem, aqui começa uma grande diferença entre as diferentes sociedades mundiais.

Na Europa Ocidental, onde a indústria se fazia presente com grande modernidade e tecnologia, houve uma diminuição na oferta de empregos, fato que desencadeou uma diminuição da taxa de natalidade. Todavia, nas regiões onde a economia continuava com base primária e a população sem acesso a escolaridade (África, Ásia e América Latina), não houve redução nas taxas de natalidade, sendo que os avanços da medicina contribuíram para o aumento da natalidade que, como não poderia deixar de ser, levou a uma verdadeira Explosão Demográfica. É importante ressaltar que a expressão Explosão Demográfica é criticada por alguns demógrafos, pois sugere um crescimento descontrolado da população, o qual tornaria caótica a vida na Terra.

AS TEORIAS SOBRE O CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO

O crescimento acelerado da população, embora tenha sido um processo mundial, tem-se concentrado principalmente nos países subdesenvolvidos, onde a taxa de natalidade é muito alta e a taxa de mortalidade vem declinando.

Esse crescimento elevado da população tem promovido profundas discussões e teorias sobre a questão desde o século passado, como vê a seguir.

Teoria Populacional – Malthusianismo

Em 1798, Thomas Robert Malthus um pastor protestante, escreveu a obra Ensaio Sobre o Principio da População. Malthus acreditava que a população tinha um potencial de crescimento ilimitado enquanto a natureza tem recursos limitados para alimentar a crescente população. Afirmava que as populações humanas cresciam em progressão geométrica (2, 4, 16, 32...), enquanto a produção de alimentos crescia em pregressão aritmética (2, 4, 6, 8, 10...).

Colocava-se assim a fatalidade de a humanidade ter que conviver no futuro com subnutrição, fome, doenças, epidemias, infanticídio, guerras por disputa de terras para ampliar a produção de alimentos e, conseqüentemente, com a desestruturação de toda a vida social.

Para evitar a tragédia anunciada, Malthus defendia o “controle moral”. Descartava a utilização de métodos contraceptivos para limitar o crescimento populacional, conforme a sua formação religiosa. Do ponto de vista prático, pregava uma série de normas de conduta que incluíam a abstinência sexual e o adiamento dos casamentos, que só deveriam ser permitidos mediante capacidade comprovada de renda para sustentar a provável prole. É evidente que tais normas atingiam apenas os nobres, que Malthus considerava os grandes responsáveis pela própria pobreza, devido à tendência de se casarem cedo e se reproduzirem em excesso.

Teoria Antimalthusiana

Está muito associada com os movimentos políticos decorrentes das idéias de Karl Marx, que faz a principal refutação às idéias malthusianas. Para Marx o grande responsável pela fome e pela carência da população era o sistema capitalista. As injustiças sociais seriam os verdadeiros responsáveis pela fome e pela miséria. Argumentava que os empresários capitalistas mantinham estrategicamente certo número de desempregados (Exército Industrial de Reserva) para manter baixos os salários, e que manipulavam esses desempregados de com as necessidades de mercado de trabalho.

Para Marx, Malthus subestimava a capacidade da tecnologia em elevar a quantidade de alimentos produzidos no mundo. De fato, a validade desse argumento foi comprovada pela própria história. A fome, que condena quase 1 bilhão de seres humanos nos dias atuais, não se deve à incapacidade de produção de alimentos e sim à má distribuição dos alimentos produzidos, devido às desigualdades sociais e econômicas.

Teoria Neomalthusiana

A teoria neomalthusiana se afirmou principalmente no pós-guerra, quando as melhorias ligadas ao desenvolvimento da medicina se disseminaram pelos países subdesenvolvidos, fazendo diminuir a mortalidade sem, no entanto, conseguir declinar a natalidade.

Os neomalthusianos vêem o fenômeno da explosão demográfica sob uma análise alarmista e catastrófica B como já ocorrera com Malthus B e argumentam que, se esse crescimento não for barrado, os recursos disponíveis do planeta estarão quase que totalmente esgotados dentro de algumas décadas.

Sob a tese de que os países subdesenvolvidos não conseguirão se desenvolver enquanto tiveram que investir somas fabulosas na sua grande população infantil, os neomalthusianos propõem que esses países adotem uma rigorosa política de controle de natalidade.

O crescimento da população e as Mudanças sociais da população do Brasil

Durante quase todo o século XX nosso país conviveu com taxas crescentes de incremento populacional. Todavia, acompanhando uma tendência mundial, o crescimento demográfico brasileiro vem se desacelerando nas últimas décadas, conforme a evolução e a projeção da população no período 1872-2050.

Várias são as causas que ajudam a explicar este comportamento, dentre elas cita-se:

- Diminuição da taxa de fecundidade decorrente da adoção, principalmente pelas mulheres, de métodos anticoncepcionais (pílula, DIU, vasectomia, etc.);

- Maior participação da mulher no mercado de trabalho;

- Urbanização e conseqüente aumento de gastos na educação dos filhos.

- Planejamento familiar passou a ser uma prática entre muitos casais.

Se o crescimento da população permanecesse no mesmo ritmo o verificado nos anos 1950, quando as mulheres tinham em media mais de seis filhos, o Brasil teria iniciado este século com mais de 250 milhões de habitantes. Naquela época, a taxa de crescimento demográfico era de aproximadamente 3% ao ano e nesta primeira década do século XXI está na casa de 1,4% ao ano, com tendência de diminuição que leva o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística a prever que por volta de 2062, o número de brasileiros vai parar de aumentar.

Famílias grandes

“Meus pais tiveram 12 filhos. Todos nasceram em casa, mas dois morreram no parto e outros dois quando ainda eram bem pequenos. Naquela época, lá na roça, as famílias eram muito grandes”.

Depoimento de Adhemar Consani colhido especialmente para essa obra.

O Sr. Consani é brasileiro, nascido em 1935.

Livro: Projeto Araribá: geografia/obra coletiva.

Você já deve ter ouvido algum depoimento parecido esse. Na época de seus bisavós, ou mesmo de seus avós, as famílias eram bem maiores que as de hoje.

AULA DE CAMPO DE GEOGRAFIA: 02/06/2010

Local: Querência do Norte.
Área denominada "Mirante da CFR";
Área de Proteção Ambiental;
Sala de Aula;

Objetivo da aula

- Proporcionar o contato com o espaço físico Geográfico para a compreensão de localização e orientação no espaço.

- Introduzir e relacionar os conceitos de Geografia com seu objeto de estudo;

- Praticar o ensino partindo da realidade para o interior da sala de aula;

- Observar o nascer do sol ;

- Compreender os pontos cardeais: Norte, Sul, Leste e Oeste.